Níveis de consciência organizacional e de carreira
Os cinco trabalhadores
Cada vez mais precisamos compreender quais são os aspectos da
biografia profissional e os motivos básicos que orientam os valores de
uma carreira. Teorias motivacionais neo-maslowianas, argumentam que hoje os
adventos sociais e globais levaram o ser humano a compreender as questões
ecológicas e ambientais, de tal forma que o topo da cadeia de motivação humana
pelo trabalho consegue atingir hoje níveis superiores ao nível da auto
realização. A realização pelo bem estar social e planetário vão além do estágio
mais alto detectado até então por Maslow.
Estes motivos estão de certa forma ligados a graus de
consciência do sentido do trabalho e do que se realiza na vida.
Antes cabe aqui uma breve recapitulação das bases motivacionais
de trabalho, que estão muito vinculada ao caminho do amadurecimento da vida e da
carreira:
Ao se iniciar uma vida profissional, vemos como o jovem traz na
sua bagagem os recursos da fase de sua formação. Como foi que, as forças do
ambiente familiar e da formação escolar, influenciaram no seu desper
profissional. Como foi que seus dons, puderam ser transformados em sua
juventude em habilidades. O jovem ao experimentar situações sociais distintas
pode ampliar sua formaçÃo adquirindo maior interesse por campos e atividades,
dando-lhe uma formação com uma ampla escolha. Quando passa para a adolescência
precisa estabelecer um maior compromisso com a vida, e se pode estar mais ligado
à pessoas e às causas de sua época. Através da relação mais verdadeira com os
modelos que o cerca pode despertar as suas vocações. Neste período
firmar-se perante seus ideais, despertando-o assim para as acusas mais elevadas
e transformações da vida. É nesta fase que um jovem começa a poder estabelecer
seus vínculos de vida afetiva e de trabalho, Este conteúdo foi tratado em
detalhes, pelo Livro Das Idades, volume I O Livro da Primeira Idade;
capítulo este que se dedica a reflexão sobre o papel da família, da escola e da
sociedade na formação da Primeira Idade
Após o jovem ingressar para a atividade de trabalho, ainda sob
a orientação de um supervisor, ou orientador, precisa praticar e transformar
essa herança , social e cultural em talento pessoal. Ë nesta próxima
fase que se dá a escolha do lugar de exercício e a finalidade do trabalho. Estas
experiências passam a ser as questões básicas desta quarta e nova fase do
desenvolvimento da vida e do trabalho - a isto chamamos de desenvolvimento da
carreira profissional.
Na faze das experiÊncias e especializações da carreira, então o
profissional passa a analisar os efeitos do grau de suas experiÊncias,
analisando o efeito de seus melhores e piores resultados. É neste amadurecimento
e desenvolvimento que a profissão pode culminar numa nova virada, e ao invés de
se especializar num único campo de atuação, muitos profissionais buscam nesta
época dar uma nova guinada a suas carreiras. Este desenvolvimento decorre até
certo ponto do grau de consciência que o profissional tem da sua própria vida e
do trabalho que realiza.Aqui muitos estudos tem apontado que além da auto
realização, os profissionais tem se questionado ao seu amadurecimento social e
humano. Muitos passam a se questionar sobre o significado de seu trabalho para a
vida e para o planeta. Esta é a chamada crise de autenticidade e tem daquilo que
se realiza na vida como trabalho e profissão isto é da extensão daquilo que se
faz na vida como atividade e realização.
E aqui podemos distinguir cinco estágios de consciência
que se desenvolve no trabalho, ao longo do amadurecimento de uma carreira .
Quero poder ilustrar esse processo com uma história :
Os cinco trabalhadores
Tudo ocorre quando EM 1755, após ter ocorrido o
terremoto de Lisboa, em 1º de Novembro, um homem sobrevivente tendo
perdido toda a sua família nesta catástrofe, passa a caminhar a esmo,
questionando-se acerca do sentida da vida e do significado de continuar num
trabalho agora quando já não lhe parecia Ter mais motivos para quem viver.
Enquanto caminhava em direção ao norte, pensava, o que seria de sua vida agora
sem ter por quem trabalhar ou viver...
Percebe então, que haviam cinco homens que trabalhavam juntos
com um certo empenho e harmonia, pôs a observá-los. Notou que todos quebravam
pedras, mas que havia algo de diferente na forma como cada um operava.
Aproximou-se e, muito cautelosamente dirigindo-se ao primeiro trabalhador,
perguntou-lhe o que fazia. Este, mal interrompeu o trabalho, enxugou a testa e
respondeu: — Aqui ganho o dinheiro para o meu sustento, sou capaz de produzir
mais de 150 metros da melhor brita em muito pouco tempo. Pediu licença para não
atrapalha-lo e voltou ao seu trabalho.
O homem dirigiu-se então para o segundo trabalhador e fez a
mesma pergunta. Este outro levantou os olhos orgulhosos e, dirigindo-os aos seus
colegas respondeu: — Trabalhamos juntos para uma grande organização, a melhor e
mais antiga pedreira de toda esta região. O senhor não a conhece?
Após ouvir isto, o homem foi ao terceiro trabalhador e repetiu
novamente a mesma pergunta. Este, por sua vez, olhou para suas ferramentas
afiadas e, apontando a elas, respondeu: — Sou o melhor e mais qualificado
quebrador de pedras de toda esta região, sou capaz de riscá-las e depois, com
apenas um golpe, cortá-las nos tamanhos exatos e sem necessidade de retoques.
Aqui precisam de uma trabalho de perito e por isto estou aqui.
O inquisidor ficou intrigado com as diferentes respostas e,
dirigindo-se ao quarto trabalhador, repetiu ainda uma vez a pergunta. Este
parou, enxugou a testa e com muito orgulho e admiração apontou para os colegas e
depois para a obra, e respondeu: — Aqui, eu ajudo a construir universidades.
Voltou calmamente ao que estava fazendo.
O último trabalhador, que já observava o que acontecia à sua
volta, quando interrogado sobre o que fazia, apontou para uma série de obras nas
imediações, indicando primeiro um templo, depois para uma ponte, então para as
outras edificações e disse: — Aqui, aprendemos juntos nesta época a edificar um
novo marco no caminho do desenvolvimento de uma nova comunidade.
Esta história é uma adaptação de um relato feito pelo professor
Alexandre Bos em suas magistrais palestras no seminários de Pedagogia
Social.
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