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A tarefa de encontrar no mercado profissionais-cidadãos com uma visão nova, concreta e criativa sobre os desafios do século XXI fica cada vez mais difícil e estreita. Encontrar estes novos lideres no mercado não depende apenas de especialistas e de head hunters. Vivemos a época de sucessão, quando a nova geração dos filhos dos empresários pioneiros estão assumindo postos de comando nos negócios, mas a eles falta a visão de comprometimento social dos antecessores. As empresas buscam profissionais preparados, que estejam dispostos a trabalhar pelas organizações. É preciso, entretanto, que esta esteja disposta a trabalhar pela sociedade e o empresário, como cidadão de uma comunidade, tenha visão de empresa voltada para o futuro, como fora na época dos pioneiros. Cada vez mais o jovens empresários devem unir-se aos vários setores da sociedade, precisam ser capazes de gerir os negócios, integrando setores tais como saúde e educação, aos vários segmentos da economia e da indústria. Eles terão, ainda, de participar da reconstrução social do país, além de aprender a criar parcerias com órgãos governamentais, só assim conseguirão colocar a organização verdadeiramente a serviço do espírito da época.

Urge, no mundo dos negócios, líderes e empresários com visão de futuro e dispostos a colaborar na construção de uma sociedade democrática e humanizadora. Para isto, a empresa não deve estar exclusivamente voltada para resultados econômicos a curto prazo e nem tampouco gerindo políticas destituídas de responsabilidades sociais, que não contribuam para o desenvolvimento sustentável, capaz de integrar as elites às bases da vida no país.

É preciso que o novo líder seja capaz de mobilizar colaboradores na direção do desenvolvimento social e econômico sustentável, além de estar disposto a estabelecer políticas e estratégias de parcerias de responsabilidade entre governos e empresas, capaz de contribuir para o progresso do país, a exemplo de como seus pais o fizeram, nas décadas passadas, no início do desenvolvimento industrial. O papel do empresário hoje é o de conseguir promover uma cultura organizacional com base numa visão trimembre do organismo social, em que a vida espiritual possa desenvolver-se de maneira livre, a vida econômica em bases justas e a vida jurídica, fundamentada nos direitos igualitários dos cidadãos.

A tarefa dos líderes empreendedores para a nova empresa deverá ser a de gerir processos de mudança numa cultura desmotivada, de modo que os diversos talentos e experiências presentes na organização, passem a integrar a vida dos negócios junto aos diversos setores da vida da comunidade em geral.

O objetivo do novo líder inclui um alerta para as doenças sociais da chamada civilização moderna, onde a economia determina os valores sociais que, por sua vez, determinam as bases culturais do nosso tempo. Outro fator que exige especial atenção deste profissional é a globalização elitista, cuja dinâmica resulta no impacto do poder e do consumismo e que age como força adversa nas estruturas sociais. Ao mesmo tempo essa dinâmica impede a compreensão dos princípios latentes que estão por trás da seqüência de fenômenos políticos e espirituais, causados pela aproximação do vértice do século XXI.

O novo líder deve, ainda, conseguir que seus colaboradores encontrem estímulos para tomar iniciativas e elaborar planos de ação e estratégias que levem à consecução de seus ideais; devem encontrar, no exercício de suas atividades na empresa, a base de motivação para o trabalho. Ele deve estar muito mais preparado para as solicitações que o futuro exigirá de nós. É preciso intensificar os esforços empresariais para responder ao embate final resultante da entrada das novas tecnologias do século XXI.

Uma nova civilização deve ser estabelecida para a vida no planeta, ela exige que os colaboradores das organizações consigam criar uma política de negócios, baseada numa compreensão diferenciada dos fenômenos sociais, humanos, naturais e espirituais do tempo.